domingo, 9 de outubro de 2022

Abertura da III SEMANA GPT

A abertura da III SEMANA GPT  foi do jeitinho que a gente gosta. 
Casa lotada!
🥰🥳🎭🎊
Gratidão pela presença de todos e todas.
🤝🤝🤝
E a programação continua até o próximo sábado, dia 15. Acompanhe!

Fotos de Elias Oliveira.
Sábado, 08/10/2022
No Teatro de Arena do SESC.

III SEMANA GPT

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Grupo teatral inicia temporada deste ano com apresentação de duas peças em Rio Branco

 As peças ‘Lepras’ e ‘A Menina e o Palhaço’ têm apresentações no começo de junho. Ingressos são vendidos a R$ 30 (inteira) E R$ 15 (meia).

Por g1 AC — Rio Branco

20/05/2022 17h52 

O grupo teatral Palhaço Tenorino (GPT) vai iniciar, no começo de junho, a apresentação de duas peças na abertura da temporada deste ano.


O espetáculo de teatro-solo ‘Lepras” faz apresentações nos dias 3, 4, 10 e 11 de junho sempre às 20h. Indicado para maiores de 10 anos, a peça que estreou em 2021 é resultado de um curso-montagem para atores e encenadores, ministrado por Marilia Bomfim.

"Lepras aborda questões como abandono, preconceito e sofrimento que os hansenianos sofrem, historicamente”, comentou Dinho Gonçalves, ator e dramaturgo.

Também vai ter apresentações, nos dias 5 e 12 de junho, às 17h30, da peça A Menina e o Palhaço. As duas apresentações ocorrem no Teatro Hélio Melo, que funciona no Museu dos Autonomistas, no Centro de Rio Branco.

A Menina e o Palhaço, que estreou em 2001, com 21 anos de existência, já circulou por dezenas de cidades brasileiras, como São Paulo, Rio Branco, Belém e Jordão.
A peça aborda a vida de uma menina pobre que sonha em ter o Palhaço Tenorino em seu aniversário. Nesse encontro surgem reflexões sobre a oposição entre alegria versus tristeza, adulto versus criança, brinquedos de sucata versus brinquedos industrializados, rico versus pobre.
“Acho interessante que esse trabalho infantil costuma agradar mais aos adultos que as crianças”, afirmou Marilia Bomfim, que interpreta a menina. 

Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo número (68) 99975 5044 pelo valor de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (a meia) para estudantes, idosos e professores.



https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2022/05/20/grupo-teatral-inicia-temporada-deste-ano-com-apresentacao-de-duas-pecas-em-rio-branco.ghtml

Teatro GPT realiza temporada da peça As Confiadas

Uma boa oportunidade para quem gosta de teatro. O Grupo do Palhaço Tenorino apresenta a peça As Confiadas nos dias 8, 9, 15 e 16 de julho, no Teatro de Arena do Sesc, a partir das 20 horas.
A peça As Confiadas foi escrita a partir das histórias que Marilia Bomfim ouvia durante sua infância, na cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. A obra apresenta fatos da cultura acreana, como o cotidiano da escola tradicional, o sistema da “cobrinha” dos antigos açougues e as tradicionais cantigas de roda que se fizeram presentes na vida de nossos pais e avós. Vai mostrar, ainda, a ludicidade da infância com seus sonhos, medos e conflitos permeados por injustiças e desigualdades sociais.

AS CONFIADAS espera…
Despertar suas memórias;
Fazer você rir, chorar, se divertir e se revoltar.
Tudo com muito carinho, viu?

AS CONFIADAS
Texto, direção, concepção e interpretação: Marilia Bomfim
Assistente de direção: Dinho Gonçalves
Músicos: Silvia Rejane, Mariana Bonfim, Dinho Gonçalves e José Neto.
Produção: Teatro GPT 

https://jornalopiniao.net/teatro-gpt-realiza-temporada-da-peca-as-confiadas/# 

LEPRAS: CRÔNICA DE UM MUNDO MUTILADO.

 

Esse trabalho solo de Dinho Gonçalves, com a assistência de direção de Marília Bonfim (Lepras: GPT, 2022), em cartaz no Teatro de Arena do Sesc, na cidade de Rio Branco -AC, me faz lembrar "Esperando Godot", do Irlandês Samuel Beckett, escrito e encenado após a Segunda Grande Guerra. Sim, há algo de comum entre a Hanseníase e a Guerra: ambas são tão antigas quanto a historia da humanidade, são provocadas ou incrementadas por Estados e causam a mutilação de corpos.
O Brasil só perde para a Índia em número de casos de Hanseníase, que acometem principalmente moradores de áreas sem saneamento básico, em torno de 30 mil casos anuais: uma média de 2500 casos por mês! Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, do total de vítimas civis, os 100 dias da guerra de Putin contra a Ucrânia já causaram 4169 mortos e 4892 feridos, cerca de 2821 vítimas por mês. Se incluíssemos as baixas de soldados, esse número cresceria exponencialmente.
Porém, como acontece com o número de leprosos, as vítimas das guerras também são omitidas pelos dados oficiais. Chefes de Estados e Generais costumam mentir sobre mortes e mutilações que acometem igualmente os que padecem dos males de Hansen e do males da Guerra: o povo empobrecido pelas políticas econômicas perversas que enriquecem poucos, em detrimento da maioria, de onde provém os doentes e os soldados.
Para abordar o Mal de Lázaro, a performance do protagonista é estruturada num cenário minimalista, quase vazio, sem a pirotecnia dos spots de luz, disponíveis no teatro de arena, mas pouco utilizados, como se o diretor quisesse dizer, parodiando o quadro surrealista "Isto não é um cachimbo" do pintor belga René Magritte: - isto não é um espetáculo!
O roteiro se desenvolve em círculos, encadeados pela narrativa histórica do desastre brasileiro na prevenção e tratamento da Hanseníase. O trabalho de ator é um exemplo de entrega, de expressão da dor do outro: se automutila para ser inteiro, se multiplica para ser uno, gargalha para ser triste e provoca riso contido e empatia no especta(dor), que permanece em compasso de espera da próxima cena.
A peça termina como se estivesse começando...e o público lá...ansioso, esperando o próximo ato para ver mais e mais novas figuras do leprosário e suas estórias. Mas o fim não termina e acaba puxando o fio do início do novelo trágico. Aprisionado nesse ciclo, o tempo se repete, o tempo coagulado de um mito chamado Brasil. O Brasil da dor acima de todos, à espera de Deus.
No entanto, o tempo da dor é cruel, é infinito, pois a dor simplesmente dói: a dor entrega a si mesma, enquanto não passa. E o que dizer da dor histórica? A dor da desesperança? É a espera de que nossas políticas públicas não sejam uma declaração de guerra aos empobrecidos; e de que o Estado de Direito não seja um mero teatro do absurdo.

Luis Satie

@LuisSatie Autor(a)

https://web.facebook.com/756110077761693/posts/5303795392993116/?sfnsn=wiwspmo&_rdc=1&_rdr

As Confiadas

 Teatro GPT realiza temporada da peça AS CONFIADAS 🎭

Dias 08, 09, 15 e 16 de julho de 2022

20h – Teatro de Arena do SESC/AC


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Apoio Cultural: Elite Engenharia

Parceria: SESC/Acre e FETAC.


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AS CONFIADAS foi escrita a partir das histórias que Marilia Bomfim ouvia durante sua infância, na cidade de Cruzeiro do Sul - AC. A peça apresenta fatos da cultura acreana, como o cotidiano da escola tradicional, o sistema da “cobrinha” dos antigos açougues e as tradicionais cantigas de roda que se fizeram presentes na vida de nossos pais e avós. Mostra-nos, ainda, a ludicidade da infância com seus sonhos, medos e conflitos permeados por injustiças e desigualdades sociais. 

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AS CONFIADAS espera...

Despertar suas memórias;

Fazer você rir, chorar, se divertir e se revoltar. 

Tudo com muito carinho, viu? 

Bora lá!

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AS CONFIADAS

Texto, direção, concepção e interpretação: Marilia Bomfim 

Assistente de direção: Dinho Gonçalves

Músicos: Silvia Rejane, Mariana Bonfim, Dinho Gonçalves e José Neto.

Produção: Teatro GPT

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AS CONFIADAS, DE MARILIA BONFIM, AINDA SOBRE A ARTE LOCAL NO MUNDO DO ENTRENIMENTO (João Veras 10/07/22)

  "Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.” (Adorno/Horkheimer)

Se for para diferenciar alegoricamente, começo com duas cenas comuns a toda sexta-feira no Acre, por exemplo: estacionamento do shopping Via Verde farto e o Teatro de Arena do Sesc por um fio vazio.
Essa distinção, que revela o desinteresse do entrenimento pela arte local, talvez seja a razão da autonomia desta em relação àquele, mesmo que tal autonomia beire, como consequência, ao obscurantismo social. Nesse sentido, desgraçadamente, a ignorância planejada de um sobre o outro pode ser o motivo da liberdade da qual ainda goza o que se faz no lugar. Talvez, quem sabe.
Pois bem.
O entrenimento é um fake da arte. Como tal, não carrega consigo o que é próprio da arte, as suas potencialidades que são várias e diversas, profundas e complexas, belas e necessária e intrinsecamente incômodas.
O entrenimento enfeita tudo, por isso é raso, monolítico, simples, acomodado do tipo que acomoda a espera da espera sentadinha e calada no canto até desistir.
Falso, o entrenimento distrai. Mantém enquanto afunda a nossa cabeça fora do foco da vida da realidade do nosso lugar. Nos silencia, serve para invisibilizar o que acontece. Ele tenta de tudo para nos desviar do chão onde pisamos.
A arte requer atitude ativa, autoria, troca, diálogo. O entretenimento, passiva, consumidora, compradora, cliente, freguesa, usuária, otária.
A experiência artística é uma experiência pela qual somos nós que nos colocamos nela e não o contrário.
O entrenimento nos reduz à coisa. Estamos fora dele, mas, subsumido nele, assistindo, consumindo, comprando e desejando o que não se pode comprar.
O entrenimento nos aparelha, nos instrumentaliza de esfomeado sem fome, de consumidor sem vontade até a comprador sem dinheiro.
A arte é a nossa fome vital, enquanto o entrenimento sua geração artificial.
O entrenimento é um robô, numa só direção. A arte é gente em sua contradição, isto é, em suas cambalhotas de diversas rotas e vertentes.
O entretenimento não gosta do teatro, não gosta da música, não gosta do cinema, não gosta das artes plásticas, não gosta do romance e da poesia acreanas. Tudo que for local e não metrópole, sua central de onde vem. Ele ignora não sabe se existe e se souber não considera. Um colonizador pseudo estético, político, então, sempre.
O entrenimento só gosta de ficar bêbado no final de semana para dormir o que puder e acordar na segunda para o trabalho. De um tipo. De outro, ele descansa contando as notas de seus lucros.
O entrenimento não é mau, faz mal. Não é exatamente a antítese da arte mas o que tenta lhe abafar. É feito para passar o tempo, não a vida. Para imitar, não criar.
Arte não é entrenimento. A arte pode está no entrenimento, jamais se reduzir a ele. É beleza utilitária onde só é belo se útil como produto/mecanismo de poder e consumo.
Assistir As Confiadas, peça de teatro escrita, dirigida, produzida e estrelada pela atriz acreana Marilia Bonfim, nos possibilita sair do teatro pensando nessa diferença e logo tomando posição.
A arte resiste ante esse enfadonho entretenimento que tenta universalizar nas nossas as suas percepções, mas não consegue. Eu vi isso em As Confiadas.
Poderia falar muito sobre a peça, mas - me dirijo a você leitor - é muito melhor saber diretamente com os próprios sentidos. Requer o uso de todos. O teatro tem dessas coisas. É vivo ao vivo. Corpo a corpo. Mente a mente. Movimento a movimento. Mas adianto só uma pontinha dos meus:
Você encontrará um monólogo com uma atriz em intensas atuação/criação/entrega admiráveis em um raro momento cênico do teatro acreano numa montagem e dramaturgia próprias – como se diz autorais - dessas narrativas, ou contações de histórias, contextual e profundamente significativas, do tipo que o acreano Gregório Filho produz e ama.
Um registro lúdico e crítico das peripécias do mundo social a revelar os micros poderes estruturais e também inter pessoais praticados nos mercados e nas salas de aulas dos chamados interiores acreanos.
Uma versão das histórias dos comuns em contraposição às histórias oficiais das autoridades e celebridades. Narrativas que provém das histórias orais das mães, dos avós, por exemplos, a registrar a dor dos que não têm numa sociedade onde predomina a pose. Diante do trágico que é não ter como comprar carne para se alimentar e não poder se defender frente à força das violências tantas próprias das vidas humanas inexoráveis de quem – esse corpo social – tem sido mantido na condição colonizada em todas as suas dimensões.
Um documento de identidade da memória e da expressão do momento em ato contínuo de quem tem um lugar e uma arte para chamar de seus, enquanto e em face de um tal entrenimento, esse, dos tantos confiados, que espirra na tua cara sem virar o rosto, não aceitar o fato de que o covid mata e enche o tanque do carro com gasolina cara culpando o frentista.
A peça fica em cartaz no Teatro de Arena do Sesc ainda nos dias 15 e 16 deste mês, sempre às 20:00h, e tem a luz de Luiz Rabicó e como assistente de direção Dinho Gonçalves que também atua como músico junto com Mariana Bonfim, Silvia Rejane e José Neto.

Texto de João Veras.
https://web.facebook.com/joao.veras.5

Foto de Allen Ferraz Lins