domingo, 6 de outubro de 2013

Matéria do G1

'A Feira' estreia nesta sexta-feira (27) em Rio Branco

27/09/2013 09h39 - Atualizado em 27/09/2013 10h58

'Universo magnífico onde você pode encontrar todas as classe', diz diretor.
Espetáculo fica em cartaz até domingo (29).

O universo das feiras livres levado para o palco. Essa é a proposta de 'A Feira' novo espetáculo do Grupo do Palhaço Tenorino (GPT) que estreia nesta sexta-feira (27)  às 20h, na Usina de Arte João Donato, no Distrito Industrial de Rio Branco.

A peça possui direção do pernambucano José Maciel e apresenta a história de uma família que viaja do campo para uma uma feira na cidade grande. Para o autor, esse encontro entre mundos distintos fazem parte da essência da feira livre.
"A feira é um universo magnífico onde você pode encontrar todas as classes sociais tudo que você possa ter de bom de alimentos tanto para fisiologia quanto para a alma. É um lugar onde você encontra flores bonitas, onde você vê uma verdadeira intervenção urbana. Onde as pessoas são verdadeiras, a gente encontra os loucos, os bêbados, as senhoras, crianças. A feira livre pelo próprio nome é livre para aproximadamente tudo, lá você pode se encontrar, tanto você compra como pode vender", diz entusiasmado.
Encontro
Um encontro durante o Festival Nacional de Teatro em Ponta Grossa (PR) no final de 2012 foi o ponto de partida para a montagem do espetáculo. "Estávamos em Ponta Grossa quando conheci o elenco do GPT e uma bela noite eles assistiram Anáguas [outro espetáculo dirigido por Maciel] e me fizeram a proposta de vir ao Acre para dirigir um espetáculo", conta o diretor.
Segundo ele, inicialmente a única coisa defintiva além do diretor era a exigência do GPT que o texto a ser encenado fosse algum do acervo da escritora potiguar radicada na Paraíba Lourdes Ramalho. "Até então não sabíamos que texto seria, só sabiam que gostariam que fosse um texto dessa dramaturga porque gostaram muito de Anáguas", lembra.
A partir daí, as conversas continuaram por correio eletrônico. "A gente vem fazendo esse romance desde novembro do ano passado. Mandei o texto, mas deixei livre para eles escolhessem qual seria. A ideia era ficar mandando textos, mas eles leram 'A Feira', se apaixonaram e optaram em montá-la", conta.
Maciel diz que como não teria muito tempo para vir ao Acre o processo de escolha do elenco ficou por conta de Marília Bonfim e Dinho Gonçalves do GPT, mas ele fez apenas uma exigência. "Deixei claro que eu gostaria muito que a Sandra Buh fizesse o personagem do Bastião, que seria um grande desafio para a atriz", ressalta.
Espetáculo Generoso
Lourdes Ramalho, a autora de 'A Feira', nasceu em 1923 em Jardim do Seridó, uma cidadezinha do Rio Grande do Norte localizada na fronteira com a Paraíba. Nascida em uma família de professores e artistas.
"Ela escreve há bastante tempo e é vizinha da feira em Campina Grande (PB) onde vive. O universo que a Dona Lourdes escreve é o teatro regionalista, popular, de cordel. E ela que tem essa grande magia de transpor para o teatro o universo das feiras livres", explica Maciel.
De acordo com o diretor é esse universo que o público deve encontrar ao assistir ao espetáculo. "É um texto magnífico. Quem vier assistir vai vir com a tranquilidade de ver um trabalho bonito, sem pretensão nenhuma, mas muito generoso e com muita alma. Onde a gente vai poder rir e se emocionar muito", diz.
Regionalidade
Uma das preocupações do diretor ao fazer a montagem foi de deixá-lo com todas as características de um espetáculo acreano, apesar do texto ter todas as características regionais do Nordeste.
"Eu sempre trabalho com os textos de dona Lourdes e minha intenção e universalizar cada vez mais a obra dela. Longe de mim transformar as pessoas em nordestinos, eles não são nordestinos, são nortistas. Nascidos e criados no Acre. Evitei que tentassem um sotaque nordestino apesar de nossa semelhança. É um texto que por si as pessoas vão saber que é regional nordestino, mas que os atores são acreanos e a montagem é acreana, senão não existiria a universalização do texto", explica.
Trabalhando pela primeira vez no Acre, o diretor aproveita para elogiar e pedir por mais intercâmbios. “Gostaria de agradecer ao Governo do Estado, a toda cidade de Rio Branco, aos atores e artistas dessa cidade e chamo a atenção para que a gente possa pegar o que tem de bom em Rio Branco e fazer mais desse intercâmbio que surge agora com a Cia Oxente e GPT", finaliza.
'É minha nóia'
Completando 25 anos de carreira em 2013, a atriz Sandra Buh recebeu do diretor o desafio de interpretar 'Bastião', um rapaz com deficiência intelectual. Algo difícil mesmo para alguém com bastante experiência de cena.
"É um grande desafio, porque fazer o Bastião é muito delicado. Como fazer um personagem sem ridicularizar o deficiente? É muito, muito desafiador, estou tentando, sempre tendo esse cuidado. Fazer o papel de homem poderia sair um esteriótipo ou uma mulher fazendo papel normal. Agora fazer um adolescente deficiente é difícil", explica.
Apesar disso ela diz que "Cada trabalho é um, a experiência me faz ter facilidade, mas vou ter a mesma dificuldade. O que as pessoas não compreendem. É a minha nóia", conclui.
O espetáculo fica em cartaz de sexta-feira (27) a domingo (29) às 20h, na Usina de Arte João Donato. Ingressos a R$ 20 e R$ 10 a meia entrada. Indicado para maiores de 14 anos.

http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/09/feira-estreia-nesta-sexta-feira-27-em-rio-branco.html

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